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terça-feira, 10 de maio de 2011

Meu museu imaginário virtual


             São tantos fatos gravados neste museu de minhas memórias, fatos bons, agradáveis, alegres, emocionantes, relevantes e tristes. É muito difícil remexer neste museu que esperava guardar para sempre bem escondidinho só para mim e agora dividi-los? Não sei até que ponto será bom.
            Lembro de minha infância, alegre, cheia de brincadeiras rodeada de muito carinho e  amor, lembro que esperava todos os dias a hora do almoço chegar para meu pai vir para casa em sua bicicleta, eu adorava andar de bicicleta, antigamente mulher de bicicleta não era  politicamente correto, mas eu esperava meu pai chegar, almoçar e depois ele deitava para tirar um soninho e eu aproveitava e saia de bicicleta, escondida  é lógico, como tudo que é escondido é bom, adorava aqueles momentos, mas também tinha conseqüências, pois além de andar escondida andava ligeiro, sem muita prática, o que era inevitável vários tombos, voltava para casa com alguns machucados, como explicar? Ai contava com a ajuda da minha mãe que não dizia nada para meu pai. Ficava, assim, um segredo só nosso, hoje puxando este fato do meu museu lembro que também muito agi assim com meu filho.
            Outro fato que busco em meu museu de memórias é que eu e meu primo pulávamos a janela da casa de nossa avó materna para ir em busca de doces de abóbora, ela sempre tinha ,era para nós mesmo, mas ela fazia questão de dizer que não tinha doce só para ver nós pularmos a janela, como era bom aquele doce roubado, da água na boca só de lembrar.





            Muitos outros fatos marcaram minha infância, fatos muitos alegre, como toda criança normal.
            Minha adolescência foi tranqüila, fiz o primário( assim se chamava naquela época), em escola pública que adorava, adorava também  meus colegas, minhas professoras. Lembro que na frente da escola tinha uma senhora que se chamava Filomena que vendia doces em um carinho, esperava a hora do recreio (assim se dizia naquela época) ansiosa para ir comprar doce, sempre levava um dinheirinho para as guloseimas, formamos um grupo que estudamos juntos desde primeiro ao quinto ano primário, nossa infância foi formada de um elo de amizade, inclusive nosso grupo estudava para as provas juntos, se um ia bem todos iam. Hoje depois de 48 anos passados nos reencontramos, e vimos como foi importante este elo de amizade e de aprendizado para a nossa formação. Formamos uma rede social onde trocamos idéias e nossas experiências ao longo destes anos.
            O ensino ginasial (hoje ensino médio) eu cursei em uma escola particular Professor Alcides Conter, com alguns colegas do primário, outros novos e assim fomos seguindo, no meu museu imaginário o que eu tenho muito presente e com muito orgulho foi ter ganhado o concurso de criação do logotipo da escola. Hoje vejo meu desenho na bandeira, em frente à escola, nos uniformes e fico inchada de tanto orgulho, mais um aprendizado que levarei para sempre em meu museu.





            Casei cedo com 19 anos guardo momentos felizes deste casamento, mas fui feliz enquanto durou, tudo é eterno enquanto dura. O nascimento de meu filho foi o momento mais sublime em minha vida, ser mãe era algo tão distante e vi o nascimento de meu filho algo tão real e mágico, nesta época tinha 20 anos, quando a enfermeira entrou no quarto com ele tão pequeninho e tão frágil e disse: Mãe o trouxe para você amamentar. Amamentar, eu? Não, eu não tenho leite, ela notando meu pânico, disse: Mãe o leite vem com o sugar. Sim, ela estava certa e amamentei meu filho até três anos, foram momentos inesquecíveis guardados em meu museu.
            Outro acontecimento marcante foi o nascimento de meus netos, estes vieram para minha vida em um momento muito especial, ver meu filho ser pai foi maravilhoso, me fez sentir mãe duas vezes.
            No meu museu imaginário tem também um grande filme que na época teve grande repercussão, Dirty Dancing (Ritmo quente), tem como grande protagonista os atores principais Patrick Swayze e Jennifer Grey, que conta a historia de uma jovem que viajou com a família para as férias tão esperadas por seus pais, mas que não era por ela curtida , um dia ela se entediou e saiu para passear e viu que os empregados do hotel se divertiam, parou para olhar e viu um jovem dançando muito bem salsa, este mesmo jovem dava aula de salsa e merengue para os hospedes do hotel, ela ficou lá escondida olhando este dançar e se imaginou dançando com ele. Como nem tudo são flores teve muitos tropeços para estes jovens, mas no final eles dançaram maravilhosamente a música The time of my life. .Achei a forma como o romance foi conduzido prefeito, as atuações foram muito boas, as coreografias das danças, as cenas de sexo foram muito bem conduzidas sem apelações.
                                             


                  
                   
                        É o filme mais romântico que já vi. Um filme com atores que nos fazem sonhar eternamente faz-nos felizes. Realmente é um filme que guardo com a maior alegria em meu museu imaginário, pois dele tirei muitas lições de vida que serviram para meu aprendizado e vivência  diante da vida.
                        A trilha sonora da música The time of my life, leva a imaginação lá no alto, adoro este filme e não me canso de assisti-lo, ele entrou em meu museu imaginário sem paredes em uma época muito pesada para mim, assistir ao filme me dava paz, ânimo pra seguir em frente, ele me levava a sonhar também que estava dançando com Patrick Swayze.






             Foram muitos anos sem estudar, um dia sem perceber a hora de voltar aos estudos chegou. Cursei Psicologia na Ulbra o que me proporcionou fazer estágio em escolas para crianças especiais, na APAE e em abrigo para menores, foi uma experiência única, marcante, empolgante, gratificante para meu aprendizado, aprendi muito com as crianças especiais elas são maravilhosas tem muito que nos ensinar a viver. Entre altos e baixos, fui aos poucos reconstruindo minha vida, hoje ao olhar para traz vejo que tudo aquilo que passei somaram em minha vida, me serviu para um aprendizado muito importante nesta caminhada, que guardo em meu museu.            
            Fato marcante para mim, bem recente, e triste foi ver minha mãe depois de ter cumprido todos os deveres como esposa e mãe, perder a memória degenerativas, marcado por uma doença sem volta, marcou muito ver aquela que me acobertava nas minhas travessuras, ali impotente diante da vida, sem uma referencia, memória é tudo para nós e temos de conservá-la. Somos aquilo que pensamos, amamos, realizamos... Somos aquilo que lembramos. (Norberto Bobbio).
           Este fato ainda esta muito recente em meu museu, ainda não posso tirá-lo de lá.
           Surgiu, então, agora depois de 4 anos sem estudar a oportunidade de fazer vestibular no Pólo de Arroio dos ratos, por que não agarrar está oportunidade que esta sendo oferecida? Hoje cursando Educação do Campo, por ser um Curso novo é desafiador esta sendo maravilhoso cursá-lo, vejo que foi bom ter aproveitado esta oportunidade, pois alem de estar em contato com pessoas diferentes , estou me atualizando , revivendo memórias que até então estava  adormecidas.
  



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